Maria de Lourdes

Maria de Lourdes Souza, 61 anos, é enfermeira há 20 anos, sendo 16 no HSPE. Maria conta que, ao sentir os primeiros sintomas da Covid-19, teve uma sensação ruim. “Parecia que eu ia morrer. Foi horrível!”. A enfermeira foi internada no HSPE por 13 dias (não precisou de intubação). Durante sua internação, Maria teve medo de deixar os filhos sem uma mãe e até perder a formatura da filha que faz medicina. “Eles [os filhos] são adultos, mas já não têm o pai e eu não queria que eles tivessem que lidar com a minha perda também”. A técnica de enfermagem Margarida Maria Damasio Silva, 58 anos, relata que visitava Maria todos os dias antes de começar a trabalhar e, durante suas visitas, tentava acalmar a colega dizendo “fique calma, vai passar, você precisa estar forte para sair daqui”.

Para Maria, Margarida foi essencial para a sua recuperação, pois a colega a ajudou a se alimentar. “Uma vez eu pedi a Margarida um pãozinho com manteiga, porque eu não conseguia me alimentar direito e ela trouxe”, conta. Depois de sua alta, Maria precisou procurar um psiquiatra, porque estava com o emocional abalado. “Eu chorava 24h por dia, e tomava remédios”, relembra. Mesmo diante da situação, a enfermeira diz que até nesse ponto suas colegas estavam ao seu lado, sendo compassivas com ela. “Eu não conseguiria sem eles [os colegas de profissão]”, finaliza.

#PraCegoVer: Na imagem, duas mulheres. À esquerda, a técnica de enfermagem Margarida, vestida com uniforme hospitalar e uma máscara facial cirúrgica no rosto. Está em pé e apoia suas mãos uma sobre a outra. À direita, a enfermeira Maria de Lourdes, usando um vestido e uma máscara facial cirúrgica no rosto. Está em pé, com o corpo e braços apoiados na pessoa ao lado.

Governo do Estado de SP