Diretor de Geriatria do HSPE destaca que desafio
do idoso é saber aproveitar a terceira idade
Neste dia 1º de outubro, data em que se comemora simultaneamente o Dia Nacional doa Pessoa Idosa e o Dia Internacional da Pessoa Idosa, é preciso abrir espaço para discutir os desafios de ser idoso nunca época em que a tecnologia e os avanços da medicina mudaram completamente o modo de viver no decorrer dos anos.
Segundo o Dr. Maurício Ventura, diretor do Serviço de Geriatria e Gerontologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), “o principal desafio da pessoa idosa hoje é o de estar dentro de um contexto que permita sentir-se bem, produtivo, integrado e não excluído. Ter a perspectiva de que ainda pode contribuir de alguma forma para a sociedade e para o bem-estar de todos.”
Apesar de o Estatuto da Pessoa Idosa – Lei nº 10.741 aprovada em 1º de outubro de 2003 – trazer o conceito de que a pessoa idosa é aquela com mais de 60 anos, a melhor definição depende principalmente das condições de saúde e desempenho funcional, social, psicológico de cada indivíduo, avalia o médico.
O Dr. Maurício explica que, os países desenvolvidos, a pessoa só é considerada idosa quando completa 10 anos a menos do que a expectativa de vida média da população local. Se a média de vida de uma determinada população é 85 anos, idoso é aquele que tem mais de 75 anos.
A explicação tem a ver com a observação de um declínio que comprometerá o desempenho funcional, físico, social e psicológico determinado por inúmeras variáveis. “Entre as variáveis estão as doenças crônico-degenerativas que não controladas levam às complicações do desempenho funcional, físico, social e psicológico do idoso. Um Diabetes Mellitus não controlado pode provocar um acidente vascular encefálico (derrame) que dificulta a mobilidade e talvez até a cognição de um idoso”, diz o diretor
Logicamente há outros problemas podem comprometer o bem-estar da pessoa idosa: dificuldades financeiras, perdas de entes queridos, dificuldade na alimentação devido a uma saúde bucal precária, sedentarismo, perda de massa muscular, isolamento social, por vezes decorrente da dificuldade de comunicação a partir da perda da audição.
A longevidade está associada a inúmeros fatores. O médico lembra que a genética é uma delas. Famílias nas quais pais vivem mais devem ter descendentes com as mesmas características. “Bons hábitos de vida, como dieta saudável, evitar o consumo excessivo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo contribuem para o melhor controle das doenças físicas e suas complicações, bem como manter o foco em projetos que permitam sentir realizações pessoais.