Manual de Prevenção de Quedas ajuda a reduzir riscos

Geriatra do HSPE alerta para risco de quedas entre idosos

Recentemente, personalidades brasileiras vítimas de quedas, como o cantor Agnaldo Rayol e o presidente Lula tomaram conta do noticiário e resultaram em graves complicações, como o falecimento do cantor e as complicações sofridas pelo presidente Lula com a necessidade de uma cirurgia de urgência devido a formação de uma coleção de sangue no crânio.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as quedas em idosos não são raras e se tornam progressivamente mais frequentes com o envelhecimento. Aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade sofrem quedas a cada ano. Essa proporção sobe para 42% em pessoas com mais de 70 anos. A frequencia das quedas aumenta com a idade e o grau de dependência, quanto mais dependentes, maior o risco de cair. Idosos que vivem em casas de repouso têm maior risco de sofrer uma queda dos que os vivem na comunidade, a porcentagem chega a 50%.

“As quedas não necessariamente levam ao solo ou são causas de complicações graves. Entretanto, é importante deixar claro que qualquer desequilíbrio, tropeção deve ser considerado uma queda e ser investigado o motivo pelo qual ocorreu; principalmente para prevenção das graves complicações como as que ocorreram com Agnaldo Rayol e o presidente Lula. Considerar que as quedas em idosos são marcadores de comprometimento funcional, aumento das morbidades e de mortalidade entre os idosos”, explica o diretor do Serviço de Geriatria e Gerontologia, dr. Maurício Ventura.

O geriatra lembra a existência de diversos fatores de risco que podem ser classificados em intrínsecos e extrínsecos, modificáveis e não modificáveis. Os intrínsecos dizem respeito às características individuais como idade, gênero e raça, que não são modificáveis, mas também contam a capacidade física, cognitiva, afetiva, diagnóstico de doenças crônicas e uso de medicamentos, que são modificáveis e ou preveníveis, conforme o acompanhamento médico realizado, explica o diretor do Serviço de Geriatria e Gerontologia, dr. Maurício Ventura.

Já os fatores de risco extrínsecos são aqueles decorrentes das condições ambientais. Na rua, as calçadas quebradas ou irregulares e iluminação insuficiente em locais públicos são os fatores que contribuem para quedas. Dentro de casa os problemas incluem degraus estreitos, superfícies de escada escorregadias, tapetes soltos, iluminação insuficiente, pisos escorregadios, como o que ocorre nos banheiros.

Para o médico, a ocorrência de uma queda depende da junção dos fatores intrínsecos e extrínsecos. Por exemplo, a perda de força e da massa muscular, torna o idoso frágil, o que associado a presença de muitas doenças, uso de muitos medicamentos, principalmente aqueles para dormir, está associado a uma perda de funcionalidade e a um maior nível de fragilidade. Associa-se a um ambiente de risco, como os pisos irregulares, mal iluminados, mal sinalizados, e a catástrofe está anunciada.

“A prevenção é possível adotando-se um estilo de vida saudável por meio de uma dieta adequada e a prática de atividade física, controle das doenças crônicas, restrição no uso de medicamentos ao mínimo possível. Não fumar, consumir álcool moderadamente, manter o peso em níveis normais na meia idade e na velhice, são fatores que protegem os idosos”, diz o diretor.

O especialista complementa que a adaptação das residências previne que os idosos estejam expostos a riscos em suas atividades domésticas diárias. Incluem a instalação de artefatos protetores em escadas tais como corrimãos, barras de apoio e superfícies não escorregadias no banheiro, além de iluminação adequada e barras de apoio nos demais ambientes.

Manual de quedas

Atento aos riscos que os pacientes acima de 60 anos estão expostos e à experiência do Hospital do Servidor Público Estadual em atender idosos que passam pelo problema, o Iamspe elaborou um manual em que discorre sobre os tipos de quedas.

O manual de Prevenção de Quedas explica as mudanças que ocorrem no organismo com o envelhecimento – diminuição da visão, da audição, do equilíbrio – e detalha onde, dentro da residência estão os principais locais de risco de queda.

Ainda completa com dicas para aumentar a proteção com ações simples de colocação de barras, uso de tapetes antiderrapantes, adequar altura de móveis como poltronas, camas e armários de modo a facilitar o uso pelo idoso.

Essas e demais informações estão no manual que pode ser acessado aqui

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