Dieta anti-inflamatória para tratar a endometriose

Especialistas do HSPE falam sobre a importância da dieta anti-inflamatória para tratar a endometriose

Com mais de 170 milhões de casos no mundo, a endometriose pode ser mais prejudicial para mulheres com hábitos alimentares ruins

Para especialistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), a alimentação tem um papel fundamental na saúde feminina e influencia no tratamento da endometriose, doença que surge quando o endométrio — tecido que reveste o útero — cresce para fora do órgão. Considerada a doença feminina do século, a endometriose atinge mais de 170 milhões de mulheres no mundo, sendo sete milhões no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante desse cenário, cada vez mais mulheres buscam apoio de profissionais especializados na saúde da mulher e apostam na dieta anti-inflamatória. “A alimentação baseada em substâncias anti-inflamatórias e antioxidantes ajuda a aliviar os sintomas da doença, além de evitar complicações que contribuem para o agravamento clínico da endometriose”, explica Audie Momm, médico nutrólogo do HSPE.

A recomendação é que as mulheres as quais sofrem da doença recorram a uma dieta anti-inflamatória para amenizar os sintomas que são: dismenorreia (cólica menstrual), dispareunia (dor na relação sexual), dor pélvica crônica e infertilidade.

De acordo com o Nutrólogo, a dieta anti-inflamatória é composta por alimentos que visam restabelecer o equilíbrio e as defesas naturais do corpo. Nesta dieta, o cardápio prioriza frutas com fontes de vitaminas, como C e A, além de alimentos frescos, fontes de gorduras saudáveis, como o ômega-3, e de proteínas de alto valor biológico.

Ainda sobre a alimentação, as nutricionistas Dolores Milaré e Maria da Conceição Damasceno apontam que a ingestão de alimentos industrializados, frituras, carboidratos refinados e açúcar devem ser excluídos da rotina da mulher com endometriose.

Para elas, a transição alimentar é o primeiro passo para tratar a doença, mas é preciso ainda procurar um educador físico, para um melhor condicionamento físico e controle do peso, e um especialista em fisioterapia pélvica, para tratar possíveis disfunções do assoalho pélvico (órgãos da região baixa do abdômen) causadas pela doença.

Sobre a endometriose

Por ser tratar de uma doença crônica, a endometriose pode facilmente ser confundida com outras patologias. “Recomendamos que as mulheres que apresentam cólicas muito fortes, dores durante a relação sexual e dificuldade para engravidar procure um médico. O diagnóstico precoce é importante para evitar o avanço da doença,” diz Emybleia Amedi, ginecologista obstetra do HSPE

Mais comum em mulheres com mais de 30 anos, o diagnostico da doença pode levar em média de 8 a 10 anos, sendo observado a partir de exames de imagem e físicos, como a ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética e a dosagem do marcador tumoral CA-125. A confirmação da doença é feita somente com a biópsia da lesão que pode ser obtida por meio de cirurgia aberta ou vídeo.

A endometriose não tem cura, mas especialistas afirmam que alguns tratamentos, como a mudança de estilo de vida, podem ajudar a amenizar os sintomas.

Governo do Estado de SP