Marcio Sabino

Marcio Antonio Sabino, 49 anos, é auxiliar de enfermagem há 10 anos. Marcio foi internado por sete dias (não precisou de intubação) no HPSE após, já com os sintomas da Covid-19, ter sido acometido por uma convulsão repentina, o que piorou o seu quadro clínico. O auxiliar de enfermagem diz que pensava como seria para a família se o perdesse. "Eu tinha medo de deixar a família e minha esposa desamparada ou até a minha filha sem os recursos necessários para continuar estudando", conta. Para Marcio, sendo um profissional da área e naquele momento ser a pessoa quem deveria cuidar do outro, era difícil estar no lugar de paciente, dependendo de outras pessoas.

Durante os dias que seguiram sua internação, Marcio conta que alguns gestos de seus colegas o marcaram muito, como suas visitas e conversas além dos mimos que recebeu ainda no hospital. Já de alta, o auxiliar de enfermagem relata que durante os primeiros dias não conseguiu enfrentar o ambiente de trabalho devido às suas lembranças do tempo que passou internado. "Eu cheguei a pensar que teria que largar o trabalho", finaliza. A técnica de enfermagem Célia Regina Gonçalves, 59 anos, comenta que, mesmo afastada, também por ter contraído a doença, não deixou de se preocupar com o colega e sempre mandava mensagens de apoio para ele. "Eu sabia a falta que ele faria para a família e isso me dava um sentimento de impotência", conta. Ainda sobre o impacto da Covid-19 em ambos, Célia diz que a pandemia mostrou a eles que eram felizes, mas não sabiam.

 

#PraCegoVer: Na imagem, uma mulher e um homem. À esquerda, o auxiliar de enfermagem Marcio, vestido com camisa de mangas longas, calça social e uma máscara facial cirúrgica. Está sentado. À direita, a técnica de enfermagem Célia, vestida com uniforme hospitalar e uma máscara facial cirúrgica no rosto. Está em pé e apoia seus braços na pessoa ao lado.

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