Popular entre os jovens, cigarro eletrônico oferece risco à saúde
O interesse pelo cigarro eletrônico vem crescendo entre os jovens. A maioria, porém, desconhece que as chances de ocorrer doenças pulmonares são as mesmas dos cigarros tradicionais. A diminuição do odor e a adição de sabores não evitam os graves riscos que o cigarro eletrônico gera para a saúde, e que estão descritos em estudos científicos como agravamento da asma, problemas cardiocirculatórios e Evali, sigla para um tipo de Lesão Pulmonar Aguda associada ao uso de cigarro eletrônico.
Existe uma ideia equivocada de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial à saúde do que o cigarro convencional. A comunidade médica, porém, discorda desta afirmação e faz sucessivos alertas sobre os efeitos negativos para o organismo dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), também conhecidos como Vaping. A nicotina também está presente neste tipo de cigarro, só que na forma de vapor. Também foi identificada a presença de metais pesados entre os componentes do Vaping.
“O cigarro eletrônico não é uma alternativa para quem deseja parar de fumar ou para quem acha que não está sujeito a riscos ao usar o produto. É um grande engano. O ideal é procurar ajuda de especialistas para abandonar o vício ou nem pensar em experimentar no caso dos jovens”, afirma a diretora do Serviço de Pneumologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), a médica Maria Vera Cruz de Oliveira Castelano..
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda do produto em resolução publicada em 2009, mas o comércio ilegal existe por meio de sites e vendedores ambulantes. “Essa prática é ainda mais grave porque o contrabando introduz no mercado cigarros não avaliados por autoridades sanitárias, que podem ter substâncias muito perigosas”, alerta a médica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, existem mais de 80 substâncias perigosas ao organismo neste tipo de cigarro. “A nicotina vicia e traz riscos por ser um agente vasoconstritor que causa problemas vasculares, enfisema pulmonar e câncer”, afirma a dra.Vera. Outro ponto negativo é o registro de explosão durante o uso, causando danos físicos e materiais, segundo estudos feitos pelo Instituto Nacional do Câncer e pelo Ministério da Saúde.