Campanha destaca importância da prevenção ao suicídio

Kátia da Silva Wanderley, psicóloga chefe do Serviço de Psicologia do HSPE, alerta para sinais que indicam que a saúde mental está abalada

Mais de 700 mil pessoas cometem suicídio por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o que significa que uma a cada 100 mortes registradas no mundo ocorreu porque a pessoa desistiu de viver. Este número mostra a importância de campanhas como o Setembro Amarelo, criada no Brasil em 2015 com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio.

Segundo Kátia da Silva Wanderley, psicóloga chefe do Serviço de Psicologia do Hospital do Servidor Publico Estadual (HSPE) e doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), atitudes descontroladas, irritabilidade, impaciência, oscilação no humor, alterações no sono e no apetite são alguns dos sinais indicativos de que a saúde mental está abalada.

Para a especialista, o diagnóstico é fundamental para que o tratamento aconteça e restabeleça a estabilidade psíquica preservando a qualidade de vida e evitando o suicídio. “A história de vida de uma pessoa caracterizada por abandono acarreta em sentimentos de inferioridade e solidão. Nesse, cenário em que a rede de apoio é inexistente, o individuo está sozinho para solucionar os problemas e quando as resoluções para as adversidades não são encontradas, o suicídio acaba sendo uma opção, principalmente em alguém fragilizado pelo desamparo”, alerta.

Kátia destaca ainda que tristeza profunda, desânimo e pessimismo, sintomas dos quadros depressivos, bem como lutos não aceitos trazem o risco de suicídio, na medida em que a autoestima fica muito prejudicada. E enfatiza que relacionamentos abusivos e violência de qualquer ordem submetem a pessoa a uma vivência de vulnerabilidade e medo. “As exposições a essas circunstanciam de vida esgotam o emocional favorecendo a formação da ideia e a consumação do ato suicida.”

A psicóloga acrescenta que é importante observar o comportamento dos familiares e amigos e caso constatem atitudes diferentes das habituais, orientá-los a procurar ajuda especializada.

 

 

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