André Luiz Silva, gerente do Serviço de Cirurgia 

Se eu pudesse resumir como foi trabalhar no enfrentamento da pandemia da Covid-19 em uma palavra seria: desafio. Do ponto de vista da gerência cirúrgica, talvez o maior impasse tenha sido a redução dos procedimentos cirúrgicos eletivos. Isso gera frustração tanto para quem precisou aguardar quanto para a equipe médica. No entanto, durante essa crise sanitária, foi a estratégia adotada para evitar o colapso da estrutura hospitalar. 

As cirurgias eletivas foram adiadas de acordo coma gravidade e também com base no impacto que o adiamento causaria na vida de quem aguarda. Um exemplo típico foi a suspensão das cirurgias de catarata, que causa um represamento de grande número de pacientes aguardando pelo procedimento, mas não há impacto significativo de piora do prognóstico visual com esse adiamento.

Várias mudanças aconteceram começando pelo atendimento ambulatorial, que sofreu alterações para priorizar a segurança dos pacientes, contando com maior espaçamento físico na sala de espera e maior intervalo para os agendamentos de consultas. Além disso, as equipes priorizaram os pacientes cuja doença tinha indicação de cirurgia, mas que não podiam ter seu tratamento suspenso ou adiado indefinidamente. Desta forma, os casos mais graves não tiveram o tratamento interrompido. 

Foi necessário também muito planejamento das equipes clínicas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Foram muitas reuniões, diversas apresentações, inclusive com propostas de como seria o atendimento de urgência e emergência, como ficariam as internações eletivas, os atendimentos ambulatoriais, as cirurgias eletivas, e as vagas disponíveis da UTI. O planejamento foi fundamental para que as medidas fossem adotadas da melhor forma possível e a Instituição pudesse prestar o melhor atendimento tanto aos pacientes suspeitos ou com diagnóstico de Covid-19 como para os atendidos com quadros graves que não podem esperar, como os casos oncológicos. Foi constituído um Comitê de Crise Covid-19 para concentrar as ações destinadas ao monitoramento e à implementação de novas ações.

Foi um desafio gratificante participar desta batalha. Acredito que o maior aprendizado tenha sido trabalhar em equipe, pois enfrentamos uma situação completamente nova. Isso gera angústias e incertezas, mas o trabalho em equipe, bem coordenado e com ações planejadas, leva a resultados animadores. E isso é o combustível para que todos continuem seu trabalho, pois dão a certeza de estarem fazendo o que é certo e melhor no cuidado aos pacientes.

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