Tive muitos desafios pelo caminho para enfrentar essa pandemia. O primeiro deles foi lidar com o medo do desconhecido e, principalmente, tomar decisões sem dados concretos, mostrando segurança nas ações mesmo sem a certeza de alcançar o objetivo almejado. Ainda acreditei que seria muito pior do que imaginávamos para mitigar os prováveis problemas, mesmo com o risco de pecar por excesso. Mas, sem dúvida, unir um Hospital para trabalhar como uma equipe com foco único foi uma tarefa difícil numa Instituição com a nossa característica.
Fomos um dos poucos hospitais de grande porte que manteve atendimento exclusivo para pacientes com covid-19. Atendemos todos no mesmo prédio, criando barreiras e proporcionando atendimento seguro segregando os espaços. Para que isso fosse possível, sempre trabalhamos com base na Ciência, pautado no que tem comprovação. Montei equipes com tarefas específicas para evitar retrabalho quando as decisões precisavam ser rápidas e assertivas. Foi uma oportunidade de passar segurança nas ações, evitar informações equivocadas e nocivas no controle da doença.
Como gestora foi muito gratificante trabalhar nesse período mesmo com o cansaço físico e mental. Estar na linha de comando num momento tão delicado em que decisões são tomadas a todo instante foi um exercício de confiança em mim e em minha equipe. Uma oportunidade única!
Nesse período busquei o crescimento como pessoa e reforcei o valor do simples. De fato, precisamos de muito menos. É possível fazer diferente e melhor. Não se pode passar por tudo isso e não mudar conceitos e paradigmas.
Tenho orgulho de presenciar a força que esta casa tem e como foi possível recuperar nossos pacientes e confortar os que não retornaram.
Juntos, somos o melhor time!
