Vitamina D

Endocrinologista do Iamspe explica sobre a ação do sol para a saúde dos ossos

“A principal ação da vitamina D no organismo é a manutenção à produção do Cálcio, que em níveis adequados é fundamental para a manutenção do metabolismo ósseo e a saúde do esqueleto, mas também auxilia nas funções cardiovascular, neurológica, muscular e renal, dentre outras”, explica o diretor do Serviço de Endocrinologia do Iamspe, dr. Evandro Portes.  

Na maior parte do território brasileiro as estações climáticas favorecem a exposição solar, no entanto é no verão que aumenta a chance de se expor ao sol, quer seja por férias escolares ou de trabalho, quer seja pelo maior prazer de fazer atividades físicas e de lazer ao livre, usando menos roupas e por isso expondo mais a nossa pele ao sol.

Nos países do hemisfério norte, onde as estações climáticas são muito bem definidas, é no verão que as pessoas conseguem se expor mais ao sol e, consequentemente, aumentar a produção de colecalciferol, que é o precursor necessário para formação da vitamina D.

As pessoas que não tomam sol são mais propensas a ter deficiência de vitamina D e dentro desse grupo as mulheres são mais acometidas. Idosos que por vezes têm dificuldade de locomoção também apresentam falta de vitamina D e as mulheres também é maioria nesse caso.

Outro grupo de risco são as pessoas que fazem dieta para emagrecer e que podem ter baixa ingestão de vitamina D, aqui também as mulheres predominam.

Os principais alimentos que ajudam na produção de vitamina D pelo organismo são os peixes e frutos do mar, ovos, cogumelos, carne, leite e derivados.

“A reposição de vitamina D pela exposição ao sol e pela alimentação, embora seja suficiente para maioria dos indivíduos, não é para todos. Muitas pessoas têm baixa exposição solar ou possui condições clínicas nas quais a absorção de vitamina D pelo trato gastrointestinal não é adequada”, diz o diretor.

Segundo o dr. Evandro nesse caso a reposição medicamentosa, quer seja por via oral ou até mesmo por via injetável, se faz necessária. Porém, ele alerta que apesar de ser mais eficiente, só deve ser utilizada quando a exposição ao sol e a alimentação não forem suficientes para manter os níveis séricos adequados da vitamina D.

O especialista afirma que a ingestão excessiva de vitamina D ativa, ou mesmo o colecalciferol (que é seu precursor), aumenta o risco de elevar os níveis de cálcio circulante, o que coloca o corpo em risco de complicações da hipercalcemia, dentre elas as arritmias cardíacas que podem ser fatais.

O diretor dá o exemplo de casos ocorridos durante a pandemia por Covid-19, por informações inadequadas e interpretações equivocadas, o uso de colecalciferol ou mesmo da vitamina D aumentou muito, na presunção que esta conduta poderia prevenir ou tratar a infecção. “Foram constatados casos de pacientes que deram entrada no pronto-socorro, intoxicados por doses abusivas destas medicações e que evoluíram com hipercalcemia grave e suas complicações.”

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